O Irlandês
MFC Resenha
O Irlandês (2019) é o filme mais recente do aclamado diretor Martin Scorsese, considerado um dos cineastas mais influentes da indústria. Baseado no livro O Irlandês: Os crimes de Frank Sheeran a serviço da máfia, do escritor Charles Brandt, o filme conta a história de Frank “O Irlandês” Sheeran, um assassino de aluguel associado à família criminosa de Russell Bufalino e ao líder do sindicato dos trabalhadores dos EUA, Jimmy Hoffa, durante os anos 60 e 70.
Depois de mais de uma década parado por seu alto custo de produção, a Netflix comprou os direitos de O Irlandês por 105 milhões de dólares e financiou o projeto com um orçamento de 125 milhões. O investimento alto era necessário por causa da tecnologia de rejuvenescimento digital que permitiria mostrar o progresso dos personagens num período de 50 anos. O resultado foi um filme de gangster épico de três horas e meia no qual Martin Scorsese teve liberdade criativa total.
Robert De Niro protagoniza seu nono filme em parceria com Scorsese, interpretando o leal e discreto Frank Sheeran. O ator Joe Pesci, que estava aposentado, retorna às telonas para mais uma parceria com De Niro e Scorsese, interpretando o chefe da máfia Russell Bufalino, embora tenha recusado o papel diversas vezes antes. Também temos Al Pacino, como Jimmy Hoffa, em sua primeira parceria com o diretor.
O Irlandês não é uma história sobre heróis e vilões, mas sim sobre personagens com conflitos pessoais e em situações complexas, como de costume nas obras de Scorsese. O filme também retoma os temas comuns de gangsters como honra, poder e violência, porém, os explora em conjunto com o envelhecimento, a culpa e a solidão.
Em comparação à Os Bons Companheiros (1990) e O Lobo de Wall Street (2013), ambos do Scorsese, O Irlandês é um filme mais estático e com uma jornada contemplativa sobre a vida criminal e suas consequências, com a qual Scorsese nos brinda uma obra verdadeiramente gangster e com uma identidade artística dificilmente encontrada nas obras atuais.
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