Os subgêneros do cinema de terror – MFC Editorial

Outubro é o mês do medo e, no MFC Editorial, falamos sobre os diferentes estilos de filmes que existem no cinema de terror.

Os subgêneros do cinema de terror

MFC Editorial


Cinema de terror é um dos gêneros mais antigos. Muitos dizem que nasceu em 1896 com a aparição do curta-metragem mudo A Mansão do Diabo (Le Manoir du Diable), do cineasta francês Georges Méliès. Desde então, os filmes de terror conquistaram o status de um dos gêneros mais lucrativos do cinema.

O crescimento da indústria cinematográfica possibilitou uma grande expansão do cinema de terror, no qual o gênero que só adaptava histórias bíblicas e da literatura clássica se tornou um dos que mais tem estilos e subgêneros. A cada década, os filmes de terror usavam novas maneiras para abordarem o medo da sociedade da época, inaugurando novas categorias a cada nova proposta.

No My Family Cinema, sabemos que outubro é o mês do medo. Portanto, no MFC Editorial iremos explorar um pouco de cada estilo e subgênero que faz do terror um dos mais variados e interessantes gêneros do cinema.

Terror paranormal

Terror paranormal é o ramo mais tradicional no cinema de terror, já que foi o estilo que inaugurou o gênero.

Embora todos os subgêneros do terror compartilhem elementos paranormais, as histórias desta categoria focam na existência de seres sobrenaturais para causarem medo. Seja monstros, fantasmas ou alienígenas, o terror paranormal tende a desafiar as fortes crenças das leis naturais ao abrir um portal ao desconhecido, no qual os humanos têm pouco ou nenhum controle.

Terror paranormal teve uma de suas fases mais frutíferas durante as décadas de 30 e 40, nas mãos da Universal Studios e de seus clássicos monstros. Foi quando o Drácula de Bela Lugosi e o monstro Frankenstein de Boris Karloff deixaram um grande marco no cinema e se tornaram parte da cultura popular.

Outros filmes que pertencem ao terror paranormal são a coleção de títulos de zumbis do diretor George A. Romero, dos demônios e espíritos do O Exorcista (William Friedkin, 1973), Poltergeist O Fenômeno (Tobe Hooper, 1982) e Alien, o 8º Passageiro (Ridley Scott, 1979).

Hoje em dia, o terror paranormal continuar a fazer sucesso nas telonas com as propostas do Universo Invocação do Mal (Invocação do Mal, Annabelle e vários outros títulos), a saga Atividade Paranormal e a recente adaptação de It – A Coisa.

 

Aproveite nossa resenha de Annabelle 3: De Volta para Casa (2019) aqui

Slasher

A categoria slasher é uma das mais chocantes do terror e, embora possa ter elementos paranormais, estes filmes focam nos serial killers e suas vítimas.

Este subgênero geralmente tem uma relação próxima com outras categorias como a gore, mostrando cenas com grande quantidade de sangue e violência, além de comédia e drama adolescente. Um dos primeiros filmes a se identificar totalmente com o gênero foi O Massacre da Serra Elétrica (Tobe Hooper, 1974), título que gerou uma franquia de oito filmes.

A era de ouro de slasher ocorreu durante os anos 70 e 80 com os filmes Halloween – A Noite do Terror (John Carpenter, 1978), Sexta-feira 13 (Sean S. Cunningham, 1980) e A Hora do Pesadelo (Wes Craven, 1984). Todos eles criaram personagens que se estabeleceram na cultura popular como grandes figuras do terror, como os famosos Jason Voorhees e Freddy Krueger, abrindo ainda caminho para inúmeras sequências e crossover.

Atualmente, o gênero vive nas novas propostas como a filmografia do diretor e músico Robie Zombie, a saga Jogos Mortais do diretor James Wan e através de remakes dos clássicos como Sexta-feira 13 (Marcus Nispel, 2009), A Hora do Pesadelo (Samuel Bayer, 2010) e Brinquedo Assassino (Lars Klevberg, 2019).

Veja nossa resenha do Brightburn (2019) aqui

Terror psicológico

A nova onda do cinema de terror é o terror psicológico, um subgênero que se dedica a explorar os aspectos mais assustadores da psique humana.

 

Os filmes de terror psicológico focam num dos medos mais elementares da humanidade: a perda do controle da própria mente. Tópicos como loucura, paranoia e incerteza são abordadas através de atmosferas perturbadoras e histórias obscuras.

Influenciados pela filmografia de Alfred Hitchcock, o terror psicológico geralmente utiliza outros gêneros do cinema como mistério e suspense, porém não negligencia o aspecto sobrenatural que o identifica como terror.

Entre os primeiros filmes do subgênero estão títulos como Psicose (Alfred Hitchcock, 1960), O Bebê de Rosemary (Roman Polanski, 1968) e O Iluminado (Stanley Kubrick, 1980), sendo um dos melhores exemplos.

Atualmente, o terror psicológico utiliza também o gênero drama como em Cisne Negro (Darren Aronofsky, 2010) e The Babadook (Jennifer Kent, 2014). Também fomos presenteados com propostas inovadoras do cinema de terror contemporâneo com os filmes Corra! (Jordan Peele, 2017), O Espelho (Mike Flanagan, 2014) e a série de TV A Maldição da Residência Hill (Mike Flanagan, 2018).

Desfrute da nossa resenha sobre Nós (2019) aqui


Embora o atual cinema de terror tende a cair em clichês e usar recursos previsíveis, como o jumpscare (cenas e sons que geram surpresas e sustos), ainda há pessoas que tentam inovar suas produções, como os cineastas Jordan Peele e Mike Flanagan que gostam de experimentar e expandir os limites do gênero.

Torcemos para que o cinema de terror encontre novamente a magia que inicialmente o tornou tão especial, e que continue a dominar as salas de cinema.

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