Westworld: Uma Jóia da Ficção Científica
MFC Editorial
Inspirada no filme homônimo de 1973, Westworld é uma das séries mais aclamadas dos últimos anos. A série conta a história de um parque temático baseado no Velho Oeste, povoado por andróides de forma humana, em que os visitantes podem descarregar as suas vontades e liberar os seus desejos como se estivessem em um videogame.
A nova temporada, intitulada The New World, foi lançada em março de 2020 e nos leva para uma realidade futurística fora do parque, sem deixar de explorar temas como a consciência e a natureza da realidade que sempre estiveram presentes no enredo da série. No MFC Editorial, vamos nos aprofundar nos seus segredos narrativos e revelar o que faz de Westworld uma jóia da ficção científica moderna.
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Westworld: Um Paraíso na Terra
Em um futuro não definido, a empresa Delos Inc. criou uma série de parques temáticos habitados por anfitriões, andróides programados para encher os parques de vida e garantir uma experiência realista para seus visitantes, os quais aproveitam a jornada livres de qualquer perigo.
O Westworld é um desses parques, desenhado para oferecer aos seus clientes em primeira mão a experiência da violência que reinava no Velho Oeste. Todos os dias, os anfitriões repetem um padrão de comportamento programado especialmente para manter em andamento a narrativa interligada do parque. Mas e se esses andróides começassem a buscar as suas memórias mais profundas? Quais segredos a Delos Inc. esconde e qual é o verdadeiro propósito por trás da construção do parque? Essa é a história de Westworld, uma jóia da ficção científica moderna que explora temas comuns ao gênero de forma contemporânea e inovadora.
A série é estrelada por Anthony Hopkins no papel de Robert Ford, o diretor e co-fundador de Westworld; Evan Rachel Wood como Dolores Abernathy, a anfitriã mais antiga do parque e um dos primeiros andróides que começa a se questionar sobre a natureza do mundo em que vive; Ed Harris como o Homem de Preto, um convidado recorrente que busca revelar os segredos profundos de Westworld; e um elenco de primeira linha que inclui personalidades renomadas como Jeffrey Wright, Thandie Newton, James Marsden e Aaron Paul, entre outros. A primeira e a segunda temporada possuem 10 episódios cada, enquanto a terceira terá somente 8.
Genesis: A Criação de Westworld
Westworld é baseada no filme de 1973 de mesmo nome, escrito e dirigido pelo novelista Michael Crichton. Crichton é mais conhecido por ser o criador da série de televisão Plantão Médico e por ter escrito a novela Parque dos Dinossauros, o qual adaptou, juntamente com David Koepp, para o filme de 1993 dirigido por Steven Spielberg.
Tendo como produtor executivo J. J. Abrams, a série foi criada para a HBO por Lisa Joy e Jonathan Nolan, irmão do aclamado diretor Christopher Nolan, com quem ele colabora frequentemente em filmes reconhecidos pela profundidade de suas histórias. O trabalho em equipe dos irmãos Nolan inclui títulos como Memento (2000), um filme que discute o conceito da casualidade através da intrincada construção da sua linha do tempo; O Cavaleiro das Trevas (2008), que questiona os princípios morais que governam a nossa sociedade; e Interstellar (2014), cuja história explora conceitos teóricos como a relatividade do tempo e a quarta dimensão.
Nolan e Joy se inspiraram em jogos de videogame como Grand Theft Auto, Red Dead Redemption e The Elder Scrolls V: Skyrim para criar as narrativas intrincadas do mundo aberto do parque, enquanto usaram como referência outros filmes do gênero como Blade Runner (Ridley Scott, 1982) e a bibliografia de grandes autores de ficção científica como Philip K. Dick como fonte para aprender sobre os dilemas relacionados à inteligência artificial, um dos temas principais da trama de Westworld.
A primeira temporada da série foi produzida com uma verba de aproximadamente 100 milhões de dólares, cofinanciada pela HBO e pela Warner Bros. Graças à qualidade das suas atuações, da direção, do roteiro e da fotografia, Westworld tem recebido geralmente avaliações positivas e se tornou uma das séries de maior sucesso dos últimos anos, com uma primeira temporada classificada como a série original mais assistida da HBO.
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Androides Sonham com Carneiros Elétricos?: Westworld e a Filosofia
Westworld se destaca não só por sua ótima história e atuações memoráveis, mas pela relevância dos tópicos que aborda. As obras de Crichton normalmente exploram temas de grande importância filosófica e científica, especialmente da condição do homem como criador da vida e as ações desenvolvidas por essas novas entidades, como visto nos seus filmes Westworld e Jurassic Park. Por outro lado, o formato de série permitiu a Nolan e a Joy imergir totalmente nas questões filosóficas que têm mais a ver com a noção de humanidade.
Westworld é uma série que não tem medo de fazer perguntas ousadas sobre os extremos da natureza humana e sobre como poderíamos nos comportar em um mundo sem regras; como nos desenvolvemos em um espaço em que as pessoas podem escolher ser heróis ou perpetrar atos terríveis nos seus anfitriões, meros robôs que não sentem dor nem emoção, e que são consertados e deixados prontos para trabalhar no próximo dia como se nada tivesse acontecido a eles.
Além de abordar a busca pessoal de saber quem somos como indivíduos, Westworld dá uma atenção especial à condição dos andróides como seres dotados de consciência, pegando noções básicas da ficção científica clássica e questionando quais são os limites que diferenciam os andróides dos humanos. Westworld nos oferece uma história em que a noção de humanidade é questionada, de modo que podemos nos perguntar se um humano que comete atrocidades é menos humano que um robô programado com um código moral e com a possibilidade de tomar as suas próprias decisões. Em resumo, Westworld nada mais é do que uma história de uma busca pessoal em que podemos acabar nos perdendo, como também nos encontrando.
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